Após o primeiro turno das eleições, vamos dar uma chance à paz, desarmar os corações e serenar os espíritos. Urge desintoxicar-se e desapaixonar-se. Cristo pregou no Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os mansos, pois eles herdarão a terra” (Mt 5, 9). Não esqueçamos que somos todos brasileiros e irmãos (para quem professa o cristianismo). As eleições devem ser concebidas como espaço da democracia. É assim que se precisa entender. Vivemos dias e semanas apreensivos, num clima raivoso, de intimidação, desconstrução de pessoas, radicalismo e agressões. Não é justo nem salutar quebrar os laços familiares e de amizade, dividindo o nosso lar, odiando nosso próprio sangue por conta de política. Podemos ser adversários, mas nunca inimigos. É necessário que assim ajam as pessoas civilizadas e cristãs. O ódio não faz bem, por isso foi condenado pelo Mestre da Galileia. “Fazei o bem aos que vos odeiam. Abençoai os que vos amaldiçoam. Orai pelos que vos caluniam (Lc 6, 27-28). Durante a campanha, sofismas e mentiras confundiram, desorientaram, desvirtuaram fatos e enlamearam pessoas.
Cada Páscoa, Vida Nova!

Foi com esta frase-lema, até de certo ponto, “conceitual” que submetida a um concurso no âmbito acadêmico-teológico do Seminário Maior da Prainha, Fortaleza - Ceará, quando seminarista (1960) obtive uma menção honrosa: - Tal frase foi vencedora!
Hoje, nesta semana que traz a memória (no vocábulo hebraico) da celebração Pascal (2020), pensamos, como São Paulo, em continuar a combater o bom combate, percorrendo em bom termo a nossa “caminhada histórica” e, particularmente, conservando, com alegria, a fé. Só assim obteremos a glória da definitiva Páscoa-Vida-Nova, eternamente.
Não somos autossuficientes, sozinhos afundamos...
A Homilia do Santo Padre o Papa Francisco, no dia de hoje, em decorrência da Bênção "Urbi et Orbi" por causa da pandemia do coronavírus foi emblemática e significativa. O Papa nos pede, mais uma vez, o pensamento de unidade em busca de uma coletividade, pois devemos estar juntos neste mesmo barco para enfrentarmos as intempéries desta tempestade. "Apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador."
1º Domingo da Quaresma
No primeiro domingo da Quaresma – nos três anos do ciclo litúrgico – o Evangelho narra as tentações de Jesus. Sim, Jesus também foi tentado em sua vida, como qualquer ser humano. Porém, repleto do Espírito e fortalecido pela Palavra, soube enfrentá-las e não caiu na armadilha do Diabo – aquele que procura dividir as pessoas e atrapalhar o projeto de Jesus. Os quarenta dias no deserto lembram os quarenta anos do povo hebreu caminhando – igualmente no deserto – em busca da terra prometida. Nessa travessia, o povo de Deus também teve desânimos e tentações de voltar atrás, mas, animado por Moisés e outras lideranças, conseguiu chegar ao objetivo: terra e liberdade. As três tentações que Jesus enfrenta resumem as tentações que ele teve ao longo de toda a vida. Também nós podemos ser tentados a abandonar o projeto de Jesus e assumir a ideologia do “Diabo”. Talvez estas sejam as grandes tentações da atual humanidade: a busca e concentração do poder, quando deveria ser democratizado e se transformar em serviço; a concentração da riqueza, quando deveria ser partilhada em favor da vida de todos. A concentração da riqueza e do poder favorece o acúmulo e o consumismo desenfreados. Uma sociedade que cultiva o consumismo e a satisfação egoísta não gera solidariedade; ao contrário, promove a violência.
Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp
Fraternidade e políticas públicas
Jesus, em seu ministério, tinha em primeiro lugar os pobres e sofredores: “Ele sempre se mostrou cheio de misericórdia pelos pequenos e pobres, pelos doentes e pecadores, colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados” (Prefácio da Oração Eucarística VI-D). Nisso consiste a prioridade do ministério pastoral do Nazareno. Daí ter de enfrentar, por diversas vezes, perseguições por parte da elite do seu tempo.
Ainda hoje, mesmo entre os que participam das pastorais, há certas controvérsias quanto ao entendimento dessa opção fundamental de Jesus. Há quem pense que uma concepção assim causaria revanche e divisões no seio da Igreja, opondo ricos e pobres. Há até quem acuse certos membros da Igreja de comunistas, de partidários e tantos outros adjetivos, o que em nada contribui para o anúncio da boa notícia.