05.ABR - São Vicente Ferrer (1350 - 1419)

Categoria: Santo do dia Escrito por PASCOM

São Vicente Ferrer foi um pregador. Mas não um simples pregador, e sim um dos maiores pregadores da Igreja do segundo milênio. Mais do que isso, foi o maior pregador do século XIV, o que lhe valeu esse título.

Nasceu em Valência, na Espanha, em 1350, e morreu em 1419, na Bretanha. Durante sua vida pregou por toda a Europa, anunciando principalmente o fim do mundo. Mas não era para menos, a Igreja vivia mesmo tempos apocalípticos naquela época.

Vicente passou a infância e a juventude junto aos padres dominicanos, que tinham um convento próximo a sua casa e, influenciado por eles, aos dezessete anos pediu ingresso na Ordem dos Pregadores.

Estudou em Lérida, Barcelona e Tolosa, ordenando-se sacerdote em 1378, ano em que começou o apocalipse citado. Foi um século em que forças políticas, alheias à Igreja, tinham tanta influência que participavam até da eleição dos papas.

Assim, quando Urbano VI foi eleito papa, naquele ano, as correntes políticas francesas não o aceitaram. Elegeram eles próprios Clemente VII, e este foi residir em Avignon, na França. A Igreja se dividiu em duas, com dois papas. Este cisma durou quarenta anos.

Vicente Ferrer já era muito conhecido como pregador. Como prior do convento de Valência, teve contato com Pedro de Luna, que o convenceu da legitimidade do papa de Avignon, e Vicente aderiu à causa.

Até 1416, defendeu Clemente VII com alma, unhas e dentes - e o mesmo fazia Santa Catarina de Sena por Urbano VI.

Imagine-se o coração de um homem dotado de fé fervorosa passando por uma divisão dessas, juntando a isso o panorama geral da Europa na época: por toda parte batalhas sangrentas, calamidades públicas, fome, miséria, misticismo e ignorância.

Além disso, a peste negra dizimava um terço da população européia. Somando tudo, não é de admirar que a pregação de São Vicente Ferrer tivesse sido tão fatalista.

Ele andou pela Espanha, França, Itália, Suíça, Sabóia e muitas outras regiões. Anunciava o fim do mundo, com imagens supervalorizadas por suas palavras de fogo. Defendia a unidade da Igreja, o fim das guerras, o arrependimento e a penitência como forma de esperar a iminente volta de Cristo.

Tornou-se a mais alta voz da Europa. Pregava para multidões e as catedrais tornavam-se pequenas para os que queriam ouvi-lo. Por isso fazia seus sermões nas grandes praças públicas. Milhares de pessoas o seguiam em procissões de penitência, chicoteando-se a si próprios.

Mas, dizem os escritos sagrados, mesmo os que não concordavam com ele, que Deus estava do seu lado. A cada procissão os milagres se sucediam e podiam ser contados aos milhares.

O trauma só terminou quando os dois papas contendores renunciaram ao mesmo tempo, a bem da unidade do cristianismo. Vicente retirou seu apoio a Pedro de Luna e, com sua atuação, ajudou a eleger o novo papa, Martinho V.

As nuvens negras se dissiparam, mas as conversões e os milagres por obra de São Vicente Ferrer ficarão por toda a eternidade.

(© 1997-2002 Direitos reservados Pia Sociedade Filhas de São Paulo - www.paulinas.org.br)